domingo, 18 de maio de 2008

espelhar


devagar,sentiu o vento deitar e esquentar-lhe os pés molhados.
ali viu a noite cair e beijar o chão como um encontro apaixonado.
sozinha,chorou esperando o consolo vindo do infinito.
um pensamento passou por ela e a fez despertar do pseudosono.
a chuva caia junto com raios desesperados.
cresceu um medo esguio e murcho que ia infiltrando pelos cômodos do apartamento.
deixou o livro escapar dos dedos e cair no chão.
o barulho ecoou pelo quarto e fez tremer.
a brisa afinou.
parou os galhos do ipê amarelo do jardim.
a menina cantava no balanço do quintal,do samba,da melodia do pôr-do-sol que transfigurava-se e dinfundia centenas de cores para criar um fantástico jeito de se deliciar com a vida.
dali, o retrato da vida dela esfumaçava-se,desaparecia e ela voltou a enxergar deitada sentindo o vento queimando seus braços numa noite fria.

Cah Morais

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